Como cristãos convictos acreditamos que a doutrina Cristã representa a posse da verdade religiosa.
Entretanto nem por isso somos levados a detestar tantos quantos aspiraram e aspiram por esta verdade sem atingi-la. Antes encara-mo-los com toda simpátia e benevolência.
A honestidade nos obriga a reconhecer os méritos e qualidades de nossos adversários e a piedade nos proibe de calunia-los ou de ultraja-los.
Infelizmente a Cristandade não tem sido fiel a seus divinos principios e recorrido frequentemente a mentira e a satanização de seus adversários.
A sociedade idólatra (adoradora do capital) e a imprensa venal adotaram tais princípios e desde então a personalidade de Maóme tem sido amplamente desfigurada.
Quero dizer que seus defeitos são alardeados e aumentados enquanto seus méritos, virtudes e qualidades são escondidos ou negados.
Entretanto Jesus nós ensinou a amar a luz e não as trevas e nos concitou a sermos justos e todo juizo e não parciais.
Diante disto sou obrigado a registrar que Maóme foi muito superior em piedade a muito desses falsos santos (matadores, ladrões e mentirosos) que ornam e conspurcam nossos altares.
E dito isto, passo a demonstração. Eis os fatos:
Maomé e a instrução:
"Se for necessário ir a pé até o país dos chins para adquirir a sabedoria, ide!"
Maomé e a generosidade:
"Imitai óh crentes as árvores fecundas que deitam frutos até mesmo para aqueles que lhe atiram pedras."
Maomé e a benignidade para com os animais:
"A suna declara que nosso profeta alimentava ele mesmo sua camela fêmea Al Qaswa e que jamais deixava de afagar sua gata Muezza."
Maomé e a misericórdia:
"A suna registra que nosso profeta tendo sido envenenado por uma mulher judia, a qual lhe oferecerá um peixe com ervas más, tendo a mulher diante de si perguntou:
Porque me fizestes isto óh mulher?
E ela lhe respondeu: Porque fostes o autor da morte de meu Pai e meu irmão. (nas guerras contra os castelos dos judeus)
Então Maomé replicou: Assim está satisfeita a justiça. E mandou que a mulher fosse posta em liberdade."
Maomé e a tolerância:
"Eis que ao passar um féretro Maomé - como era seu costume - descobriu-se e acompanhou-o com todo respeito.
Logo seus discípulos vieram até ele e disseram: acaso não sabias óh profeta que este féretro era de um judeu?
E Maomé replicou: Sim sabia, entretanto a morte nos nivela a todos, para mim não nem crente nem infiel mas apenas mortos a serem chorados."
Maomé e a sensibilidade:
"Abdel Khais ao deparar-se com o profeta ao afagar uma de suas filhas ainda bebes atalhou:
Agora vejo que não és profeta pois dissipas teu tempo com futilidades.
E Maomé replicou: Acaso não tivestes filhos também tu?
Sim muitas tive - respondeu o Xeque - e lhas enterrei vivas no deserto com minhas próprias mãos.
Diante desta resposta, o profeta cobriu os olhos e disse: Só um homem sem coração pode ignorar a imensa alegria que é acariciar o rosto dum filho..."
Maomé e a Massiliah:
"Quando sairdes em vossas campanhas vos deparareis com mosteiros onde vivem rahibs (monges) homens piedosos e dedicados a oração, em nome de Deus não lhos molesteis mas deixai-os em paz."
& tambén:
"Dentre os infiéis que nos cercam os melhores, mais confiaveis e dignos de apreço são os ahl Nozri (cristãos)"
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