domingo, 6 de setembro de 2009
Os males da lingua...
Certo dia o abençoado Hilel mandou chamar seu mordomo e lhe disse:
-- Filho meu, trás para a janta de hoje o alimento mais fino que conheces.
O criado foi ao mercado e pelo entardecer regressou com uma lingua.
E assim pelo jantar todos apreciaram um delicioso guizado de lingua.
Passados alguns dias Hilel mandou chamar novamente o mesmo homem e lhe disse:
-- Filho meu, sabeis que estes dias são dias marcados pelos sábios para a penintência e a purificação, tras-me pois o pior dos alimentos que conheces para que possamos tomar a ceia de hoje.
O homem foi e pelo fim do dia regressou com uma lingua.
Diante disso Hilel lhe perguntou:
-- Filho meu ainda há seis dias mandei que fosses buscar o alimento mais nobre e me trouxestes uma Lingua, hoje pedi que me trouxesses o alimento mais repugnante e mais uma vez trouxestes uma lingua, que significa pois essa tua atitude?
E o mordomo respondeu:
-- Perdoa-me sábio, entretanto me pedistes o mais nobre dos alimentos e outra coisa não pude trazer senão uma lingua porque com ela louvamos e bendizemos ao Santo.
Ora me pedes o mais repugnante dos alimentos da terra e outra coisa não te posso trazer senão a mesma lingua pois é com ela que caluniamos e maldizemos ao irmão feito a imagem e semelhança de Adonai.
E Hilel exclamou:
Assim se manifesta a sabedoria do Uno e Bendito!
Pirké Abot
"Amados irmãos, não haja muitos entre vós a se apresentem como mestres; pois sabeis que os mestres e sábios serão julgados com maior severidade.
Todos deixamos a desejar em diversos pontos, no entanto aquele que não cai por palavras este é homem perfeito em todos os caminhos e capaz de controlar todas as suas ações.
Quando pomos o freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, governamos também os seus corpos.
Observai também os navios: por grandes que sejam e embora agitados por ventos impetuosos, são governados com um pequeno leme ao sabor do piloto.
Assim se sucede com nossa língua a qual sendo um membro diminuto pode gloriar-se de grandes feitos.
Considerai como uma pequena chama pode atear fogo e consumir uma grande floresta!
Também a língua se assemelha a uma espécie de fogo açulada pelo inferno.
Esta ela entre os membros do corpo e a todo o corpo faz perder.
Inflamada pela iniquidade incendeia o curso da nossas vidas.
Todas as espécies de feras selvagens, de aves, de répteis e de peixes do mar se domam e têm sido domadas pelo homem.
A língua, porém tem se mostrado indomavel.
É um mal irrequieto e cheia de peçonha.
Com ela bendizemos ao Senhor, nosso Pai, e amaldiçoamos ao irmão feito a sua imagem e semelhança.
De uma mesma boca procede a bênção e a maldição, mas não convém que seja assim.
Acaso pode num mesmo rio correr simultanemente água doce e água amargosa?
Acaso pode uma mesma fonte deitar ao mesmo tempo agua quente e fria?
Acaso pode uma videira dar abrolhos e dos abrolhos sairem uvas?
Refleti então sobre vosso modo de falar para que caminheis irrepreenssivelmente como povo santo diante do Senhor Nosso Deus."
Epistola de Tiago 3,1 sgs
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