"Então em que acredita, uma vez que ignora o sobrenatural??? -- Creio na humanidade, creio no ser humano, creio em você; respondeu ele (O Abade Faria), Eis todo meu credo."

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

E se Cristo voltasse hoje... Como seria recebido pela Cristandade nominal?




Tendo o Senhor regressado a este báratro de aflições e encetado a pregação das antigas bemaventuranças, suscitou grande comoção entre o povo e a notícia de sua vinda espalhou-se como rastilho na polvora...



Divulgada pelo rádio, pela TV, pela Internet e por todos os meios de comunicação a notícia de seu retorno chegou logo aos ouvidos dos líderes civis e religiosos do ocidente levando-os a realizar uma assembléia extraordinária na ONU a fim de decidir o que conviria fazer.


Após muito discutir os chefes chegaram a conclusão de que a situação era extremamente crítica e perigosa, semelhante a um terremoto que abalaria os alicerces de nossas instituições e a ordem estabelecida.


Enfim, por unanimidade ficou decidido que em nome da "moral, dos bons constumes e da paz" seria impedido o regresso de Nossos Senhor Jesus Cristo a este mundo e instituída uma polícia especial e designados detetives para seguir o intruso, o qual com suas idéias revolucionárias acabaria pondo em risco as respeitáveis instituições de nossa "cilivização Cristã".


Eis senão quando o Senhor logra furar o cerco e ousa enunciar as bemaventuranças em Washington, diante da casa branca: Bemaventurados os pacíficos que não fabricam armas de destruição em massa e não lançam bombam incendiárias sobre mulheres, idosos e crianças.

Bemaventurados os misericordiosos que perdoam e anistiam ao invés de torturar e matar...

Bemaventurados os que tendo fome e sede de justiça gemem e padescem enquanto parte de sua força de trabalho é apropriada sem jamais ser remunerada...

Neste ponto Jesus foi enquadrado e apressado enquanto lhe diziam: O senhor tem o direito de permanecer calado... e depois encaminhado a um desses tribunais sobre cujas mesas costumam por uma Bíblia aberta (não no Evangelho é claro).


Jesus, inquirido pelos líderes sobre se era ou não o Cristo responde:


Sim, sou o Cristo, mas não sou o fundador deste cristianismo a que aludis, desse Cristianismo que compactua com a miséria, a fome, a ignorância, o sadismo, a hipocrisia, a prepotência, a guerra, a pena capital, o aborto, a poluição, etc Neste Cristianismo não há nada meu, não há nada de mim.


Perguntado se seria o líder espiritual dos cristãos.


Respodeu mais uma vez que é o Cristo, mas não é cristão pois sempre esteve ao lado da justiça, da bondade, da caridade, da tolerância, da compreesão, da paz, da solidariedade, da vida...


Sobre o que veio fazer na Terra:

Vim reafirmar o que afirmei no primeiro século: amai-vos uns aos outros como eu vos amei, nisto saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros...


Diante destas memoraveis palavras um arrepio de horror percorreu a espinha de cada um dos membros da assistência, eles taparam seus ouvidos e ouviu-se um abafado: oh... ecoar por todo recinto.

O grande chefe rasgou seu terno, apontou para a bandeira estrelada e disse: vós ouvistes...

E todos responderam: Sim titio nós o ouvimos!

Passaram então a soluções de compromisso e a meias verdades buscando um acordo vantajoso, Cristo porém não lhes respondeu, permaneceu calado pois era digno!


Um por um os juizes regeitaram suas propostas dizendo: O dia em que puzermos lhas puzermos em prática nosso mundo virá a baixo, pois elas não condizem com os salutares princípios de nossa sociedade capitalista e formalmente democrática. Trata-se sem dúvida dum idealista avoado o qual nada sabe sobre ecônomia e política...


Assim suas propostas foram todas regeitadas sob a alegação de que a fé Cristã era mais do que suficiente e de que o Cristo era perfeitamente dispenavel. (acaso já não viviam há séculos sem ele e muito bem?)


O Filho de Maria tudo escutou, tudo ouviu silenciosamente e com olhar de infinita benevolência.


Em silêncio ainda, dirigiu-se à porta do Tribunal e caminhou até a praça e lá desapareceu, diante de todos.


Então os mestres e juizes passaram a dissertar sobre a 'salvação', mas sem compreender muito bem o que fosse salvação...


E dizem que quando ele retornou muitos e muitos anos depois deparou-se com todos eles reunidos na mesma praça debatendo sobre o mesmo tema...


Enquanto guerras, epidemias, sujeira e inanição devoravam a pobre humanidade.

Desta vez, quando o viram ao longe sequer lho deixaram falar...

E sob a acusação de que sua mensagem sediciosa incomodava suas consciências burguesas remeteram-no ao cadafalso...

E assim Cristo pereceu não pela segunda mas pela centésima milionésima, bilionésima ou trilionésima vez as mãos daqueles que resgatará, as mãos de sua 'Cristandade', da cristandade cheia de fé, da Cristandade nominal.

Uma vez morto alguém recordou, aterrorizado, que ele logrará ressuscitar dos mortos na primeira vez.

Aterrorizadas diante desta possibilidade desagradavel as nações se cotizaram e mandaram fazer para o ilustre morto um imenso caixão de concreto, aço, amianto e chumbo o qual depois de muito bem soldado foi lançado as fossas carolinas...

Mesmo assim durante os três dias seguintes ninguém conseguiu dormir direito e todos os olhares se voltavam para aquela região do Oceano aguardando o pior...

Entretanto consta que ele ressuscitou, afinal ele sempre ressuscita nas almas de boa vontade...

Por mais que os homens, e homens que se dizem 'cristãos' se esforçem por derrota-lo, Cristo vive, Cristo reina, Cristo impera...





Reflexão adaptada de Rohden pelo profo Domingos Pardal Braz

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