De pé, ó vitimas da fome
De pé, famélicos da terra
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai o mal bem pelo fundo
De pé, de pé, não mais senhores
Se nada somos neste mundo
Sejamos tudo, ó produtores
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Senhores, patrões, chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum
Para não ter protestos vãos
Para sair desse antro estreito
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Crime de rico a lei cobre
O Estado esmaga o oprimido
Não há direitos para o pobre
Ao rico tudo é permitido
À opressão não mais sujeitos
Somos iguais todos os seres
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Abomináveis na grandeza
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu
Querendo que ela o restitua
O povo só quer o que é seu
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Nós fomos de fumo embriagados
Paz entre nós, guerra aos senhores
Façamos greve de soldados
Somos irmãos, trabalhadores
Se a raça vil, cheia de galas
Nos quer à força canibais
Logo verás que as nossas balas
São para os nossos generais
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo
Pertence a Terra aos produtivos
Ó parasitas deixai o mundo
Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional
sábado, 26 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O valor de um sorriso
Não custa nada e rende muito...Enriquece quem recebe,sem empobrecer quem dá...
Dura somente um instante,
mas seus efeitos duram para sempre...
Ninguém é tão rico que dele não precise...
Ninguém é tão pobre que não possa dar a todos...
Leva a felicidade a todos e a toda parte...
É o símbolo da amizade, da boa vontade...
É o alento para os desanimados,
repouso para os cansados,
raio de sol para os tristes,
ressurreição para os desesperados...
Não se compra, não se empresta...
Nenhuma moeda do mundo pode pagar o seu valor...
Não há ninguém no mundo que precise
tanto de um sorriso,
como aquele que não sabe mais sorrir...
domingo, 13 de setembro de 2009
Reflexões em torno do ato de amar...
Muitos de nós acreditam que o ato de amar constitui um ato especifico.
Há inclusive quem tome amor por sexo pura e simplismente...
Alguém ao descrever o ato de amor por excelência, descreveu-o como o ato de entregar a vida pelo próximo.
Sempre podemos dar algo ao próximo: um cobertor, um pedaço de pão, um copo dágua, um alfinete, um abraço, um sorrizo... manifestando nosso amor por ele.
Entretanto não há nada tão precioso quanto a vida... pois a vida é uma só e perdida não lha recuperamos mais, ao menos neste plano.
Por isso aquele que entrega sua vida, entrega seus anseios e suas esperanças, e dá a maior prova de amor possivel...
A doação da vida é o ato por excelência no qual a plenitude do amor se manifesta.
E apesar disto não podemos falar no ato de amor como algo definido...
Pois o amor é um sentimento que difuso no coração do homem manifesta-se em cada um de seus atos mais simples.
Assim cada ato daquele que ama, cada gesto, cada movimento é como que preenchido pelo amor e divinizado.
O homem que faz sexo apenas para obter prazer, realiza um ato meramente físico, sexual e trasitório.
O homem que faz sexo para se doar neste ato e dar prazer ao outro, este ao dar-se a si mesmo e ao pensar primeiramente no outro realiza um ato de amor, um ato espiritual, um ato que se prolonga para a eternidade.
O cozinheiro que cozinha para fartar-se, que cozinha como se fosse um fardo pesado ou em troca de salário, nada faz além de cozinhar...
Já aquele que cozinha para doar-se no sabor do alimento que prepara, depositando daquele simples prato de arroz ou feijão algo de si... aquele que cozinha para partilhar com os famintos e miseraveis, vai muito além do simples ato de cozinhar e transforma seu ato num ato de amor e o amor jamais perece...
O jardineiro que cumpre rotineiramente seu oficio ou que pensa apenas e tão somente no pagamento a ser recebido não ultrapassa os atos de semear, abacelar ou podar.
Há entretanto quem mesmo nas horas de maior angustia encontre conforto ao contemplar em cada flor o sorrizo aberto da mãe natureza, há quem conver-se com os ramos e folhagens farfalhantes e mesmo quem aspire por não causar dores e sofrimentos aquele pequenino ser que aos olhos dos demais não passa duma mísera planta... este ultrapassa os atos triviais da jardinagem e realiza atos de amor.
Ao atender a uma encomenda de cachecóis a tricoteira trabalha, beneficiando a sí e aos seus, entretanto quando Domingo após a missa dedica duas ou três horas a cofecção de meias para os velhinhos do asilo mais próximo, não tricota: ama e amando beneficia ao próprio Senhor Jesus Cristo que habita daqueles idosos com que ninguém se importa.
O médico que no fim do expediente ou após a dura semana de trabalho reserva uma ou algumas horas ao atendimento de pessoas carentes fornecendo-lhes os medicamentos necessários não exerce medicina, exerce amor.
Quando um advogado sustenta uma causa em troca de comissão, adota o padrão da justeza. Quando aplica-se em defender gratuitamente a causa de um necessitado por amor a justiça, adota o padrão da caridade. Neste caso já não pratica atos juridicos mas atos de amor para com seu semelhante e irmão... e seus honorarios serão pagos pelo Pai com dadivas impereciveis...
Quando o mestre importa-se apenas e tão somente com o aprendizado de seus alunos é profissional e sua atuação ordinária. Quando se importa com a plena realização dos mesmos e com o desenvolvimento integral de suas potêncialidades humanas sua atuação é vital e seus atos de amor.
Quando o intelectual ao invés de prostituir-se com os poderes do século presente, posta-se heroicamente ao lado da justiça e do direito pugnando pelos excluidos do sistema toda sua atividade é um ato de amor.
Quando o amigo nos estende a mão, este ato aparentemente mecânico de se estender a mão amiga é um ato de amor...
Quando alguém nos ensina a apreciar as pequenas coisas da vida, os fenômenos naturais que se repetem todos os dias sem que ninguém repare, os pequenos gestos de simpátia e afeto, ministra-nos uma grande lição de amor.
Quando ensinamos aos outros a bela lição da solidariedade, ampliando e fortalecendo a corrente fraterna do bem, estamos engendrando um ato de amor.
Quando buscamos antes de tudo o proveito a o beneficio alheio colocando nossos intereses individuais em segundo plano, estamos vivendo o amor.
Quando pensamos no interese do coletivo e não no interese particular e restrito, estamos caminhando no amor.
Quando nos preocupamos com o futuro das gerações que ainda não nasceram estamos firmes no amor.
Assim todo pensamento, toda palavra, toda ação e operação, cada gesto, cada iniciativa inspirada pelo amor se amorifica e se amorificando se eterniza.
Mesmo cada contrariedade, cada sofrimento, cada dor daquele que sabe amar é fertilizante moral com que se fertiliza e fecunda a sociedade.
Midas embreagado pela glória obteve a graça de transformar em ouro tudo quanto tocava, mas depois arrependeu-se...
Aquele que ama transforma tudo quanto toca em amor, pois o contato com o amor verdadeiro opera milagres.
Aquele que ama amoriza e jamais se arrepende...
No amor não há rancor ou arrependimento.
O amor é a chave da felicidade e cada uma de suas obras remunera a sí mesma pelo simples fato de ter sido feita.
O amor não precisa de recompensa ou prêmio pois amar é o maior de todos os prêmios que podemos obter.
A natureza humana foi concebida apenas para amar e apenas no amor encontra repouso e lenitivo.
Pois o amor satisfaz, alegra, conforta e ampara.
Tudo que é feito é sempre feito melhor quando feito com o amor porque o amor é o selo de toda perfeição.
Por isso não existe um ato exclusivo que possa concentrar ou resumir o amor.
Antes de ser ato definido o amor é um sentimento que penetra cada um de nossos atos e que lhos converte em atos de amor.
Por diversas e variadas que sejam as ações humanas o amor lhas santifica todas.
Quem ama pode fazer tudo quanto quer pois o amor jamais será capaz de inspirar iniquidades.
O amor só inspira o bem.
E quem acolhe suas inspirações liberta-se do mal passando das trevas a luz.
O amor sem ser uma ação especifica é o elan de todas as ações.
Como o amor não tem sua origem neste mundo procedendo da eternidade, todas as ações inspiradas por ele se projetam para a eternidade.
Assim aquele que se doa se encontra a si mesmo no amor enquanto que aquele que se fecha se perde porque perde ao amor.
Em cada ato é posssivel doar-se...
É possivel doar-se numa ação apetitiva como ao ato sexual, é possivel se dar num mísero copo dagua fria ofertado com boa vontade, é possivel se dar num medicamento, numa informação util, num abraço ou numa palavra amiga.
O amor é o unico sentimento capaz de operar este mistério: que ao nos esvaziar-mos de nós mesmos nos enchemos...
Na mesma medida em que me desprezo e ignoro passo a conhecer-me e a saber porque sou...
Na mesma medida em que sirvo e auxilio apreendo o que de fato sou...
Coloquemos em cada objeto em cada coisa algo de nós... coloquemos em cada objeto em cada coisa um pouquinho de afeto.
Sejá este afeto o tempero especial de nossa comida, o frescor mais acentuado de nossa bebida, o calor mais sincero de nosso aperto de mão, a veracidade e afabilidade de nossas palavras, enfim o dinâmo de todas as nossas ações.
O amor nos fará diferentes dos outros.
Esposos diferentes, cozinheiros, jardineiros, costureiras, médicos, professores... diferentes.
O amor fará de nós pessoas melhores e nos tornará especiais se lhe formos fiéis.
Tal a marca, tal o cárater, tal a força do amor.
Ame-mo-nos mutuamente porque o amor vem de Deus e conduz a Deus.
Profo Domingos P Braz.
sábado, 12 de setembro de 2009
Um pouco de Marco Aurélio, o imperador Filósofo
Muitas vezes erra não apenas quem faz, mas também quem deixa de fazer alguma coisa.
O melhor modo de vingar-se de um inimigo, é não se assemelhar a ele.
Nada de desgosto, nem de desânimo; se acabas de fracassar, recomeça.
Pratica cada um dos teus atos como se fosse o último da tua vida.
Antes ser reprovado por um génio do que aplaudido por um idiota.
Não se é menos culpado não fazendo o que se deve fazer do que fazendo o que não se deve fazer.
Mais penosas são as consequências da ira do que as suas causas.
Mudar de opinião e seguir quem te corrige é também o comportamento do homem livre.
A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos fizerem dela.
Os homens são feitos um para o outro: instrui-os, ou então, suporta-os.
Se tens dificuldade em cumprir um intento, não penses logo que seja impossível para o homem; pensa quanto é possível e natural para ele, e que também pode ser alcançado por ti.
O valor de um homem é apenas tão elevado como o valor das suas ambições.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Um pouco de Publio Siro
"Aquele que tem coragem para enfrentar os perigos vence-os antes que eles o ameacem."
"Jamais se deleite com a desgraça do outro."
"Ama os teus pais, se são justos e honestos; caso contrário, suporta-os."
"Não há prazer que se dure se não for reanimado pela variedade."
"O medo nunca levou ninguém ao topo."
"Nada desejamos tanto como aquilo que não é consentido."
"O ouro aumenta a sede do ouro, e não a estanca."
“Quando o mar está calmo todo o mundo pode ser timoneiro.”
"Quem decide praticar um mal, encontra sempre um pretexto."
"Não se pode calçar o mesmo sapato em todos os pés".
"Censura teus amigos particularmente, e louva-os em público."
"Uma fortuna grande é uma grande escravidão para seu possuidor."
"Divida o fogo e você logo o extinguirá".
"Ninguém sabe do que é capaz até que tenta."
"Fagulhas não assustam filhos de ferreiros."
"Deve temer a muitos aquele a quem muitos temem."
"O plano que não pode ser mudado não presta."
"Nunca esqueças os benefícios recebidos, mas esquece rapidamente os que fizestes."
"O juiz é condenado quando o culpado é absolvido."
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Prece a Mamom pelo 'cristão' servidor de dois senhores...
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver dinheiro, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver dinheiro, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver dinheiro, nada disso me valerá.
O dinheiro é paciente, o dinheiro é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O dinheiro não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O dinheiro nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o dinheiro. O maior deles, porém, é o dinheiro.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Verba Seniorum
Um mancebo cruzou as areias escaldantes do deserto até chegar ao grande Mosteiro de Scetis, próximo a grande cidade de Alexandria.
Lá chegando pediu ao higoumeno para assistir a uma das conferências e recebeu a permisão.
Nessa tarde o santo homem discorreu sobre a importância do trabalho na lavoura.
No final da conferência o jovem forasteiro confidenciou a um dos anciãos:
-- Fiquei decepcionado. Cuidava de escutar a um sermão iluminado sobre a condição dos Santos no paraiso em meio aos anjos e o superior só falou em tomates, couves, irrigação e coisas deste gênero vulgar; do lugar que venho todos acreditam que sendo deus misericórdioso basta rezar e esperar...
O ancião sorriu complacentemente e exclamou:
-- Aqui acreditamos que o Senhor já fez a parte dele: agora nós é que devemos fazer a nossa continuando o processo.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
O céu e o inferno - Lenda chinesa
Naquele tempo, na China, um discípulo perguntou ao Mestre:
– Mestre, qual a diferença entre o céu e o inferno ?
E o Mestre respondeu:
– É muito pequena, mas com grandes conseqüências.
E o Mestre explicou:
– Vi um grande monte de arroz, cozido e preparado como alimento. Ao redor dele, havia muitos homens, quase morrendo de fome. Eles não podiam se aproximar do monte de arroz, mas possuíam longos palitos de 2 a 3 metros de comprimento. No entanto, embora conseguissem apanhar o arroz, não conseguiam levá-lo à boca porque os palitos, em suas mãos, eram longos demais. Assim, famintos e moribundos, embora juntos, permaneciam solitários, curtindo uma fome eterna, diante de uma fartura inesgotável. Meu amigo, isto é o Inferno.
E o Mestre prosseguiu:
– Vi outro grande monte de arroz, cozido e preparado como alimento. Ao redor dele, havia também, muitos homens famintos, mas cheios de vitalidade. Eles, também, não podiam se aproximar do monte de arroz, mas possuíam longos palitos de 2 a 3 metros de comprimento. Eles, também, encontravam as mesmas dificuldades para levar à própria boca o arroz, já que os palitos eram longo demais. Porém, eis a grande novidade: com seus longos palitos, em vez de levarem à própria boca, eles serviam o arroz uns aos outros. Dessa forma, numa grande comunhão fraterna, juntos e solidários, matavam sua fome. Meu amigo, isso é o Céu.
– Mestre, qual a diferença entre o céu e o inferno ?
E o Mestre respondeu:
– É muito pequena, mas com grandes conseqüências.
E o Mestre explicou:
– Vi um grande monte de arroz, cozido e preparado como alimento. Ao redor dele, havia muitos homens, quase morrendo de fome. Eles não podiam se aproximar do monte de arroz, mas possuíam longos palitos de 2 a 3 metros de comprimento. No entanto, embora conseguissem apanhar o arroz, não conseguiam levá-lo à boca porque os palitos, em suas mãos, eram longos demais. Assim, famintos e moribundos, embora juntos, permaneciam solitários, curtindo uma fome eterna, diante de uma fartura inesgotável. Meu amigo, isto é o Inferno.
E o Mestre prosseguiu:
– Vi outro grande monte de arroz, cozido e preparado como alimento. Ao redor dele, havia também, muitos homens famintos, mas cheios de vitalidade. Eles, também, não podiam se aproximar do monte de arroz, mas possuíam longos palitos de 2 a 3 metros de comprimento. Eles, também, encontravam as mesmas dificuldades para levar à própria boca o arroz, já que os palitos eram longo demais. Porém, eis a grande novidade: com seus longos palitos, em vez de levarem à própria boca, eles serviam o arroz uns aos outros. Dessa forma, numa grande comunhão fraterna, juntos e solidários, matavam sua fome. Meu amigo, isso é o Céu.
domingo, 6 de setembro de 2009
Os males da lingua...
Certo dia o abençoado Hilel mandou chamar seu mordomo e lhe disse:
-- Filho meu, trás para a janta de hoje o alimento mais fino que conheces.
O criado foi ao mercado e pelo entardecer regressou com uma lingua.
E assim pelo jantar todos apreciaram um delicioso guizado de lingua.
Passados alguns dias Hilel mandou chamar novamente o mesmo homem e lhe disse:
-- Filho meu, sabeis que estes dias são dias marcados pelos sábios para a penintência e a purificação, tras-me pois o pior dos alimentos que conheces para que possamos tomar a ceia de hoje.
O homem foi e pelo fim do dia regressou com uma lingua.
Diante disso Hilel lhe perguntou:
-- Filho meu ainda há seis dias mandei que fosses buscar o alimento mais nobre e me trouxestes uma Lingua, hoje pedi que me trouxesses o alimento mais repugnante e mais uma vez trouxestes uma lingua, que significa pois essa tua atitude?
E o mordomo respondeu:
-- Perdoa-me sábio, entretanto me pedistes o mais nobre dos alimentos e outra coisa não pude trazer senão uma lingua porque com ela louvamos e bendizemos ao Santo.
Ora me pedes o mais repugnante dos alimentos da terra e outra coisa não te posso trazer senão a mesma lingua pois é com ela que caluniamos e maldizemos ao irmão feito a imagem e semelhança de Adonai.
E Hilel exclamou:
Assim se manifesta a sabedoria do Uno e Bendito!
Pirké Abot
"Amados irmãos, não haja muitos entre vós a se apresentem como mestres; pois sabeis que os mestres e sábios serão julgados com maior severidade.
Todos deixamos a desejar em diversos pontos, no entanto aquele que não cai por palavras este é homem perfeito em todos os caminhos e capaz de controlar todas as suas ações.
Quando pomos o freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, governamos também os seus corpos.
Observai também os navios: por grandes que sejam e embora agitados por ventos impetuosos, são governados com um pequeno leme ao sabor do piloto.
Assim se sucede com nossa língua a qual sendo um membro diminuto pode gloriar-se de grandes feitos.
Considerai como uma pequena chama pode atear fogo e consumir uma grande floresta!
Também a língua se assemelha a uma espécie de fogo açulada pelo inferno.
Esta ela entre os membros do corpo e a todo o corpo faz perder.
Inflamada pela iniquidade incendeia o curso da nossas vidas.
Todas as espécies de feras selvagens, de aves, de répteis e de peixes do mar se domam e têm sido domadas pelo homem.
A língua, porém tem se mostrado indomavel.
É um mal irrequieto e cheia de peçonha.
Com ela bendizemos ao Senhor, nosso Pai, e amaldiçoamos ao irmão feito a sua imagem e semelhança.
De uma mesma boca procede a bênção e a maldição, mas não convém que seja assim.
Acaso pode num mesmo rio correr simultanemente água doce e água amargosa?
Acaso pode uma mesma fonte deitar ao mesmo tempo agua quente e fria?
Acaso pode uma videira dar abrolhos e dos abrolhos sairem uvas?
Refleti então sobre vosso modo de falar para que caminheis irrepreenssivelmente como povo santo diante do Senhor Nosso Deus."
Epistola de Tiago 3,1 sgs
sábado, 5 de setembro de 2009
Capitalism - Love Story por Michael Moore
O foco do filme é a grande crise econômica que abalou os mercados mundiais ao final de 2008, provocando a quebra de instituições financeiras e a falência não só de empresas, como de pessoas físicas -milhares delas perderam suas casas, nos EUA, por não poderem pagar suas hipotecas, que haviam sido refinanciadas para adquirir novas casas.
Como de hábito nos filmes de Moore, a pesquisa é consistente e registra casos impressionantes, que visam retratar a ganância dos bancos e o resultado trágico, segundo ele, de uma desregulamentação do sistema financeiro. Além de acompanhar o despejo de alguns inadimplentes com as hipotecas, Moore denuncia verdadeiros crimes, como empresas que fazem apólices de seguro em favor de seus empregados e beneficiam-se delas, no caso de sua morte, em prejuízo das famílias dos mortos. O filme não se furta a indicar mesmo os nomes de diversas grandes empresas norte-americanas que usaram ou ainda usam este expediente.
Uma das sequências mais provocadoras de "Capitalism: A Love Story" está em seu final -quando o próprio cineasta percorre diversos bancos em Nova York com um saco de pano na mao, com a intenção declarada de "recuperar" dinheiro subtraído aos contribuintes. Impedido de fazer esta "coleta", Moore arranja então um rolo da fita normalmente usada pela policia norte-americana para isolar cenários de crimes, passando-a pela porta dessas instituições.
Ao final, o cineasta propõe que cada uma das pessoas que assistir ao filme também se rebele, seguindo os exemplos de trabalhadores que ocuparam indústrias desativadas ou alguns moradores que reocuparam suas casas, desobedecendo às ordens de despejo. Moore diz claramente que os EUA hoje "não são" o país que o falecido presidente Franklin Roosevelt propunha, mas que ele não irá deixá-lo. Moore repropõe, ao que parece, a boa e velha desobediência civil.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
O verdadeiro servo...
Certo dia, chegaram ao Céu um MARECHAL, um CIENTISTA, um POLÍTICO e um LAVRADOR.
Um Emissário Divino recebeu-os em elevada esfera, a fim de ouvi-los.
O Marechal aproximou-se ousadamente, e falou:
-- Mensageiro do Comando Supremo, procedo da terra longeva, penso todavia que o Supremo General deseja ver-me.
-- E porque? Indagou o luminoso ser.
-- Ora porque... Porque dei mostras de suma coragem comandando exércitos numerosos, conquistando nações altivas e poderosas, sumetendo os inimigos de minha querida pátria, exterminando os ímpios e criminosos e grangeando o afeto de todo povo, as muitas medalhas de mérito que recebi e os diversos monumentos e placas que honram meu nome dão testemunho se todas estas façanhas.
-- Compreendo... redarguiu o anjo. E agora que deseja em troca de seus serviços?
-- Desejo ser promovido a glória pelo Senhor dos exércitos!
Diante de tais palavras o ministro celeste respondeu sem vacilar:
-- Por enquanto, não pode receber a dádiva. Soldados que pereceram na flor da juventude, mães idosas, viúvas, crianças, os mortos do pais vizinho, os famintos, empesteados... chamam-no insistentemente da Terra. Verifique o que alegam de sua passagem pelo mundo e retorne mais tarde.
O Cientista acercou-se do preposto divino e rogou:
-- Anjo do Sapiíssimo Senhor, venho do acanhado círculo dos mortais e cuido que o Supremo artífice deseja ter-me junto a si.
-- E porque? Indagou o anjo.
-- Porque com minhas pesquisas fiz diversas descobertas que ampliaram o campo da ciência permitindo que novas técnicas fossem desenvolvidas, e novas peças, e novas máquinas, e novos objetos... abra qualquer encicoplédia ou mesmo obra de vulgarização e lá encontrará meu nome, minha foto bem como a imensa lista de associações a que pertenci e de condecorações que obtive.
-- E agora, que deseja? Perguntou o emissário.
-- Ser premiado com o Céu.
-- Por ora, porem, - respondeu o Mensageiro sem titubear não lhe cabe a concessão.
-- Parece-me ouvir o clamor tanto daqueles que não receberam beneficio algum como daqueles que foram prejudicados pelo uso inadequado das coisas que inventou regresse pois a seu velho posto e reflita sobre o uso das coisas que inventou e sobre os verdadeiramente beneficiados por elas.
O Político tomou a palavra e acentuou:
-- Ministro do Todo poderoso, fui fiel administrador do erário e julgo que o regedor Supremo dos mundos deseje ver-me.
-- E porque? Tornou o anjo.
-- Fui autor de diversas emendas, artigos e leis, algumas das quais ostentam meu nome, nome que por sinal designa uma praça e algumas ruas em minha região.
-- Que pede em compensação? perguntou o Missionário do Alto.
Desejo ingressar na pátria celestial.
O Enviado, no entanto, respondeu, firme:
-- Por enquanto não pode ser atendido. O povo mantém opiniões divergentes a seu respeito alguns alegam inclusive que sua atuação beneficiou apenas a alguns setores restritos da sociedade. Inúmeras pessoas pronunciam-lhe o nome com amargura e esses clamores chegam até aqui. Retorne ao seu gabinete, atenda a tais questões e só então retorne.
Por fim aproximou-se, então o Lavrador e falou, humilde:
-- Mensageiro de nosso Pai, fui cultivador da Terra... plantei o milho, o arroz, a batata, o milho e o feijão.
-- Ninguém conhece meu nome, mas eu tive a glória de conhecer as bênçãos de Deus e recebe-las nos raios do sol, na chuva benfeitora, no chão fecundo, nas sementes, nas flores, nos frutos, no amor e na ternura de meus filhos...
O Anjo sorriu e disse:- Que premio deseja?
-- O Lavrador pediu, chorando de emoção:
-- Se nosso Pai permitir, desejaria voltar ao campo e continuar trabalhando. Tenho saudade da contemplação dos milagres de cada dia... A luz surgindo do firmamento em horas certas, a flor desabrochando por si mesma, o pão a multiplicar-se!
...Se puder, plantarei o solo novamente para ver a grandeza divina e revelar-se no grão, transformando em dadivosa espiga... Não aspiro à outra felicidade se não a de prosseguir aprendendo, semeando, louvando e servindo!...
O Mensageiro Espiritual abraçou-o e exclamou, chorando igualmente, de júbilo:
-- Segue-me servo bom e fiel!
O Senhor deseja vê-lo e ouvi-lo, porque adiante do Trono Celestial apenas comparece quem procura trabalhar e servir sem recompensa, valorizando acima de toda as coisas pequenas e simples do dia a dia.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
A necessidade do retorno ao corpo para a expiação.
Como vigias de seu exuberante pomar poz o principe Tabir um cego e um aleijado.
Cabia ao cego, dotado de ovido apurado, gritar ao mais leve rumor e ao coxo estar sempre atento e vigilante para surpreender os intrusos.
Recomendou-lhes o principe que velassem expecialmente pelos frutos doces de sua ameixeira, os quais sabiam a mel.
Ponderou o principe consigo mesmo: -- Assim não serei roubado pois um é cego e incapaz de contemplar os frutos e outro sendo coxo não lhos poderá alcançar...
Eis que pela tarde, o coxo, com belas palavras e expressões fantasiosas, descreveu ao cego os saborosos frutos de que as arvores estavam carregadas.
Diante disto sugeriu o cego com toda cautela:
-- Então que fazemos nós que não lhos colhemos?
Ao que o coxo retrucou: Como haveremos de apanha-lo se tu não vês e eu mal posso andar?
-- Não passas de um tolo! Exclamou o cego exasperado. Arrasta-te pois até mim e resolverei o caso.
Arrastou-se pois o aleijado com grande dificualdade até o local onde se encontrava o cego, este o colocou sobre suas costas e assim guiado por ele pode achegar-se da ameixeira carregada. Ao aleijado só restou a faina de colhe-los e assim ambos se fartavam enquanto o sol se punha.
Na manhão seguinte quando sua alteza entrou no pomar verificou, com o primeiro golpe de vista, que suas frutas prediletas haviam sido pilhadas.
Urgia descobrir os culpados e puni-los.
Por isso mandou trazer os guardas a sua presença para interroga-los.
-- Senhor meu, exclamo ou aleijado tremendo, como poderia seu saquear a tua árvore e alcançar-lhes os galhos se mal posso me arrastar dum lugar para o outro.
Protestou da mesma feita o cego:
-- E eu oh magnânimo Senhor, como seria capaz de arrancar e de consumir os frutos maduros se não tenho olhos para ver e vivo mergulhado nas trevas?
Muito bem concluiu o principe, ide em paz...
Tendo porém submetido a questão ao idoso vizir, foi logo inteirado sobre o engenhoso ardil com que ambos os vigias lho haviam enganado.
Que fez ele então?
Mandou que colocassem o aleijado as costas do cego e assim os dois juntos foram justiçados com cem bastonadas.
Tal se sucederá com os pecadores após a morte.
Diante do tribunal dirá a alma apontando para o corpo:
-- Eis que nasci pura e sem mancha e este corpo grosseiro me fez pecar!
E o corpo querendo esquivar-se apontará para a alma e exclamará:
-- Senhor esta alma é a culpada pois foi ela quem me impeliu a pecar, eu pobre de mim nada fiz! Como poderia incidir em erro se ela não me inspirasse?
Que fará então o Sábio Senhor?
Unirá a alma ao corpo novamente e dirá: Tal o pecado, tal a expiação!
Talmude, Baba Metsia.
Cabia ao cego, dotado de ovido apurado, gritar ao mais leve rumor e ao coxo estar sempre atento e vigilante para surpreender os intrusos.
Recomendou-lhes o principe que velassem expecialmente pelos frutos doces de sua ameixeira, os quais sabiam a mel.
Ponderou o principe consigo mesmo: -- Assim não serei roubado pois um é cego e incapaz de contemplar os frutos e outro sendo coxo não lhos poderá alcançar...
Eis que pela tarde, o coxo, com belas palavras e expressões fantasiosas, descreveu ao cego os saborosos frutos de que as arvores estavam carregadas.
Diante disto sugeriu o cego com toda cautela:
-- Então que fazemos nós que não lhos colhemos?
Ao que o coxo retrucou: Como haveremos de apanha-lo se tu não vês e eu mal posso andar?
-- Não passas de um tolo! Exclamou o cego exasperado. Arrasta-te pois até mim e resolverei o caso.
Arrastou-se pois o aleijado com grande dificualdade até o local onde se encontrava o cego, este o colocou sobre suas costas e assim guiado por ele pode achegar-se da ameixeira carregada. Ao aleijado só restou a faina de colhe-los e assim ambos se fartavam enquanto o sol se punha.
Na manhão seguinte quando sua alteza entrou no pomar verificou, com o primeiro golpe de vista, que suas frutas prediletas haviam sido pilhadas.
Urgia descobrir os culpados e puni-los.
Por isso mandou trazer os guardas a sua presença para interroga-los.
-- Senhor meu, exclamo ou aleijado tremendo, como poderia seu saquear a tua árvore e alcançar-lhes os galhos se mal posso me arrastar dum lugar para o outro.
Protestou da mesma feita o cego:
-- E eu oh magnânimo Senhor, como seria capaz de arrancar e de consumir os frutos maduros se não tenho olhos para ver e vivo mergulhado nas trevas?
Muito bem concluiu o principe, ide em paz...
Tendo porém submetido a questão ao idoso vizir, foi logo inteirado sobre o engenhoso ardil com que ambos os vigias lho haviam enganado.
Que fez ele então?
Mandou que colocassem o aleijado as costas do cego e assim os dois juntos foram justiçados com cem bastonadas.
Tal se sucederá com os pecadores após a morte.
Diante do tribunal dirá a alma apontando para o corpo:
-- Eis que nasci pura e sem mancha e este corpo grosseiro me fez pecar!
E o corpo querendo esquivar-se apontará para a alma e exclamará:
-- Senhor esta alma é a culpada pois foi ela quem me impeliu a pecar, eu pobre de mim nada fiz! Como poderia incidir em erro se ela não me inspirasse?
Que fará então o Sábio Senhor?
Unirá a alma ao corpo novamente e dirá: Tal o pecado, tal a expiação!
Talmude, Baba Metsia.
Filipe II
Serenidade...
Viva intensamente cada segundo de sua existência
•Para você saber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano.
•Para você saber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve seu bebê prematuramente.
•Para você saber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal.
•Para você saber o valor de uma hora, pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar.
•Para você saber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o trem.
•Para você saber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.
•Para você saber o valor de um milésimo de segundo, pergunte ao atleta que recebeu a medalha de prata em uma Olimpíada.
•Valorize cada momento que você tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém muito especial, especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você. Lembre-se que o tempo não espera por ninguém.
•Ontem é história.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
O herege não é necessariamente um ímpio...
S Salviano de Marselha, o chamado 'mestre dos bispos da Gália', que tantos elogios mereceu a Sancto Euquério e a outros padres da igreja assim se manifesta sobre a questão:
"São herejes? — dizia elle falando dos arianos - São-no; mas ignoram-no.
Herejes entre nós, não o são entre si; porque tão catholicos se reputam que nos tem a nós por hereticos.
O que elles são para nós, nós o somos para elles...
A verdade certamente esta conosco; eles entretanto julgam que esta consigo.
Cremos que glorificamos corretamente a Deus: eles cuidam tambem que o fazem.
Não cumprem o seu dever que é a adoração da natureza, mas longe de o suspeitarem, acreditam estar na posse da religião.
Sendo blasfemadores, persuadem-se de que trilham a verdadeira senda da piedade.
Equivocam-se, mas de boa fé e não por malignidade e só ao Supremo Juiz cabe puni-los, pois só ele sane o que esta no coração do homem.
Nós conhecemos apenas a aparência."
"São herejes? — dizia elle falando dos arianos - São-no; mas ignoram-no.
Herejes entre nós, não o são entre si; porque tão catholicos se reputam que nos tem a nós por hereticos.
O que elles são para nós, nós o somos para elles...
A verdade certamente esta conosco; eles entretanto julgam que esta consigo.
Cremos que glorificamos corretamente a Deus: eles cuidam tambem que o fazem.
Não cumprem o seu dever que é a adoração da natureza, mas longe de o suspeitarem, acreditam estar na posse da religião.
Sendo blasfemadores, persuadem-se de que trilham a verdadeira senda da piedade.
Equivocam-se, mas de boa fé e não por malignidade e só ao Supremo Juiz cabe puni-los, pois só ele sane o que esta no coração do homem.
Nós conhecemos apenas a aparência."
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