2. Respeita o juramento.
3. Honra logo aos heróis glorificados.
5. Honra também a teu pai e a tua mãe e a teus parentes próximos.
6. Entre os demais homens, toma por amigo aquele que se destaca na virtude.
7. Cede sempre às palavras de brandura e às atividades salutares.
8. Não chegues nunca, por uma culpa leve, a aborrecer a teu amigo;
9. Quando isto te for possível; porque o possível reside próximo do necessário.
10. Saiba que estas coisas são assim, e acostuma-te a dominar estas outras:
11. A gula primeiramente, e o sonho, a luxúria e o arrebatamento.
12. Jamais cometas ação alguma de que possas envergonhar-te; nem com outro,
13. Nem tu particularmente. E, mais que nada, respeita-te a ti mesmo.
14. Pratica logo a justiça em atos e em palavras.
15. Não te acostumes a proceder sem reflexão em coisa alguma, por pequena que esta seja.
16. Mas recorda que todos os homens estão destinados a morrer;
17. E chega a saber por igual adquirir e perder os bens da fortuna.
18. A respeito de todos os males que tem de sofrer os homens por obras dos augusto fados do Destino, aceita-os como sorte que tens merecido; sobreleva-os com mansidão e não te molestes por isso.
20. Convém te pôr-lhes remédio, na medida que esteja em tuas mãos fazê-lo.
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22. Multidão de discursos, mesquinhos ou generosos, caem ante os homens;
22. Multidão de discursos, mesquinhos ou generosos, caem ante os homens;
23. Não os acolhas com admiração, mas tão pouco te permitas desviar-te deles.
24. Porém se te advertes que dizem algo de falso, sobreleva-o com paciência e mansidão.
25. Quanto ao que te vou dizer, observa-o em toda a circunstancia:
27. Reflita antes de agir, para que não leves a cabo coisas insensatas.
28. Já que é próprio dos desditados proferir ou fazer coisas insensatas.
29. Não faças nunca, portanto, coisa alguma de que possas ter depois lugar a te afligir.
30. Jamais empreendas coisa que não conheças; senão deverás aprender.
31. Tudo aquilo que é preciso que saibas, com o que viverás a mais ditosa vida.
32. Não deves descurar da saúde de teu corpo,
33. Antes com medida conceder-lhe a bebida, o alimento, o exercício;
34. E chamo medida a aquilo que jamais possa prejudicar-te.
35. Acostuma-te a uma existência decorosa, singela,
36. E guarda-te de fazer tudo aquilo que possa atrair-te invejas.
37. Não faças gastos inúteis, como fazem os que ignoram em que consiste o formoso.
38. Tão pouco sejas avaro: excelente é em tudo a justa medida.
39. Jamais tomes a teu cargo empresa que possa prejudicar-te, e reflita antes de obrar.
40. Não permitas ao doce sonho que se deslize sob teus olhos, antes que hajas examinado cada uma das ações de tua jornada.
42. Em que falte? Que fiz? Que omiti do que deveria fazer?
43. Principia a recorrer tuas ações pela primeira de todas, e logo se achares haver cometido culpas, admoesta-te; mas, se houveres agido bem, regozija-te.
44. Esforça-te para pôr em prática estes preceitos, medita-os; é preciso que ponhas amor neles.
45. E eles te porão sobre a pista da virtude divina;
50. Quando todos estes preceitos te forem familiares
53. Conhecerás, assim mesmo, na medida da justiça, que a Natureza é em tudo semelhante a si mesma;
54. De sorte que não esperarás o inesperado, e nada estará já oculto para ti.
55. Saberás igualmente que os homens escolhem por si mesmos e livremente os males;
56. Míseros, deles!, não sabem ver nem entender os bens que têm junto de si.
57. Pouco numerosos são os que aprenderam a libertar-se de seus males.
58. Rolam de cá para lá, oprimidos por inúmeros males.
59. Inata neles, a aflitiva Discórdia os acompanha e danifica sem que eles o vejam;
60. Não devemos provocá-la, senão fugir dela, cedendo.
61. Oh Zeus, pai nosso, a todos os homens livrarias dos numerosos males que os oprimem,
62. Se fizesses ver a todos de que Gênio se servem!
63. Mas tu, cobra ânimo, pois que sabes que a raça dos homens é divina
64. E que a sagrada Natureza lhes revela francamente as coisas todas.
65. Se a ti te as descobre, conseguirás quanto te é prescrito:
66. Havendo curado tua alma, a libertarás desses males.
70. E se, depois de haver abandonado teu corpo, chegas ao livre éter,
71. Serás Deus imortal, incorruptível, e para sempre emancipado da morte.
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