"Então em que acredita, uma vez que ignora o sobrenatural??? -- Creio na humanidade, creio no ser humano, creio em você; respondeu ele (O Abade Faria), Eis todo meu credo."

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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Carta do cacique Seattle ao sr F Pierce, líder dos yanques


"O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.

Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.


Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.


Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens.


Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.



Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.


De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.


Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

Carta do chefe dos índios Pés pretos ao líder dos yanques"


“Nossa terra vale mais do que seu dinheiro. Ela irá durar para sempre. Nem mesmo as chamas do fogo poderão destruí-la. Enquanto o sol brilhar e as águas correrem, ela continuará aqui dando vida aos homens e aos animais. Não podemos vender as vidas dos homens e dos animais; portanto, não podemos vender essa terra. Foi o Grande Espírito que a destinou para nós e não podemos vendê-la porque não nos pertence. Vocês podem contar seu dinheiro - e guardá-lo no chifre de um búfalo, mas só o grande Espírito pode contar os grãos de areia e as folhas de grama desta planície. Nós daremos de presente o que quiserem. Mas a ter­ra, jamais.

A terra foi criada com o auxílio do sol e deveria ser deixada como está... O campo foi feito sem linhas de demarcação e não compete ao homem demarcá-lo... Vejo os brancos por toda a parte buscando riquezas, e vejo que querem nos dar terras sem valor... A terra e eu somos uma coisa só. A medida da terra e a medida de nossos corpos é á mesma. Digam-­nos, se puderem, que o Poder Criador os enviou para falar conosco. Vocês talvez pensem que foram enviados para fazer de nós o que bem entenderem. Se eu achasse que foi o Criador quem os mandou, consenti­ria que vocês têm direitos sobre mim. Não interpretem mal meu senti­mento de amor à terra. Eu nunca disse que a terra era minha para fazer com ela o que eu quisesse. O único com direito a dispor da terra e aquele que a criou. O que exijo é o direito de viver em minha terra e lhes concedo o privilégio de viverem na de vocês."





Alguns dos versos de ouro de Pitágoras de Samos



2. Respeita o juramento.



3. Honra logo aos heróis glorificados.



5. Honra também a teu pai e a tua mãe e a teus parentes próximos.



6. Entre os demais homens, toma por amigo aquele que se destaca na virtude.



7. Cede sempre às palavras de brandura e às atividades salutares.




8. Não chegues nunca, por uma culpa leve, a aborrecer a teu amigo;




9. Quando isto te for possível; porque o possível reside próximo do necessário.




10. Saiba que estas coisas são assim, e acostuma-te a dominar estas outras:




11. A gula primeiramente, e o sonho, a luxúria e o arrebatamento.




12. Jamais cometas ação alguma de que possas envergonhar-te; nem com outro,




13. Nem tu particularmente. E, mais que nada, respeita-te a ti mesmo.




14. Pratica logo a justiça em atos e em palavras.




15. Não te acostumes a proceder sem reflexão em coisa alguma, por pequena que esta seja.




16. Mas recorda que todos os homens estão destinados a morrer;




17. E chega a saber por igual adquirir e perder os bens da fortuna.




18. A respeito de todos os males que tem de sofrer os homens por obras dos augusto fados do Destino, aceita-os como sorte que tens merecido; sobreleva-os com mansidão e não te molestes por isso.




20. Convém te pôr-lhes remédio, na medida que esteja em tuas mãos fazê-lo.


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22. Multidão de discursos, mesquinhos ou generosos, caem ante os homens;



23. Não os acolhas com admiração, mas tão pouco te permitas desviar-te deles.



24. Porém se te advertes que dizem algo de falso, sobreleva-o com paciência e mansidão.



25. Quanto ao que te vou dizer, observa-o em toda a circunstancia:



27. Reflita antes de agir, para que não leves a cabo coisas insensatas.



28. Já que é próprio dos desditados proferir ou fazer coisas insensatas.



29. Não faças nunca, portanto, coisa alguma de que possas ter depois lugar a te afligir.



30. Jamais empreendas coisa que não conheças; senão deverás aprender.



31. Tudo aquilo que é preciso que saibas, com o que viverás a mais ditosa vida.



32. Não deves descurar da saúde de teu corpo,



33. Antes com medida conceder-lhe a bebida, o alimento, o exercício;



34. E chamo medida a aquilo que jamais possa prejudicar-te.



35. Acostuma-te a uma existência decorosa, singela,



36. E guarda-te de fazer tudo aquilo que possa atrair-te invejas.



37. Não faças gastos inúteis, como fazem os que ignoram em que consiste o formoso.



38. Tão pouco sejas avaro: excelente é em tudo a justa medida.



39. Jamais tomes a teu cargo empresa que possa prejudicar-te, e reflita antes de obrar.



40. Não permitas ao doce sonho que se deslize sob teus olhos, antes que hajas examinado cada uma das ações de tua jornada.



42. Em que falte? Que fiz? Que omiti do que deveria fazer?



43. Principia a recorrer tuas ações pela primeira de todas, e logo se achares haver cometido culpas, admoesta-te; mas, se houveres agido bem, regozija-te.



44. Esforça-te para pôr em prática estes preceitos, medita-os; é preciso que ponhas amor neles.



45. E eles te porão sobre a pista da virtude divina;



50. Quando todos estes preceitos te forem familiares



53. Conhecerás, assim mesmo, na medida da justiça, que a Natureza é em tudo semelhante a si mesma;



54. De sorte que não esperarás o inesperado, e nada estará já oculto para ti.



55. Saberás igualmente que os homens escolhem por si mesmos e livremente os males;



56. Míseros, deles!, não sabem ver nem entender os bens que têm junto de si.



57. Pouco numerosos são os que aprenderam a libertar-se de seus males.



58. Rolam de cá para lá, oprimidos por inúmeros males.



59. Inata neles, a aflitiva Discórdia os acompanha e danifica sem que eles o vejam;



60. Não devemos provocá-la, senão fugir dela, cedendo.



61. Oh Zeus, pai nosso, a todos os homens livrarias dos numerosos males que os oprimem,



62. Se fizesses ver a todos de que Gênio se servem!



63. Mas tu, cobra ânimo, pois que sabes que a raça dos homens é divina



64. E que a sagrada Natureza lhes revela francamente as coisas todas.



65. Se a ti te as descobre, conseguirás quanto te é prescrito:



66. Havendo curado tua alma, a libertarás desses males.



70. E se, depois de haver abandonado teu corpo, chegas ao livre éter,



71. Serás Deus imortal, incorruptível, e para sempre emancipado da morte.